Girlboss: porque a liderança feminina nos importa

Do atendimento ao design, do conteúdo à tecnologia, as garotas da GH tomam a frente em muitos processos e mostram que responsabilidade, trabalho pesado e liderança são sim coisas de mulher.

Em um país em que 51,8% da população é feminina, é normal que mulheres ocupem apenas 25% dos cargos de liderança nas grandes empresas? Não, não é. No entanto, essa ainda é a realidade das organizações brasileiras.

E apesar do cenário ter mudado muito nos últimos anos, fruto de uma luta constante das mulheres em todo o mundo, ainda há muito caminho a ser percorrido para que se alcance a igualdade de gênero, tanto no ambiente empresarial, quanto na vida.

Os espaços de liderança das grandes empresas são majoritariamente ocupados por homens. Isso porque o machismo estrutural faz com que eles sejam constantemente associados à racionalidade, frieza para decidir e rigidez para liderar pessoas, enquanto mulheres são vistas como seres extremamente emocionais, incapazes de tomar decisões baseadas na racionalidade. 

Este pensamento, mesmo que muito equivocado, ainda é decisivo na hora de contratar ou promover mulheres no mercado de trabalho. E mesmo 32 anos após a definição da igualdade entre homens e mulheres pela Constituição Federal, ainda vemos alguns reflexos dessa disparidade: segundo o IBGE, mulheres tendem a ganhar, em média, 77,7% do salário que homens recebem, mesmo desempenhando papéis similares e com maior nível de escolaridade. 

Como as lideranças femininas conquistaram espaço dentro da GH? 

Na GH, assim como em todo mundo, a predominância masculina era uma realidade no passado. Há três anos, por exemplo, tínhamos um número muito maior de homens do que mulheres no quadro de funcionários. Hoje podemos dizer que esse número se igualou.

E elas estão em todas as áreas de atuação da empresa. Do atendimento ao design, do conteúdo à tecnologia, as garotas da GH tomam a frente em muitos processos e mostram que responsabilidade, trabalho pesado e liderança são sim coisas de mulher.

Além desse time especial, três grandes mulheres atuam como líderes dentro da empresa. E o trabalho delas, de fato, não é tarefa simples. Cristine Schwingel, gerente de contas e atendimento, Marciane Reiter, gerente de projetos, e Natani Paz, gerente de conteúdo,  mostram todos os dias para o mundo que estão onde estão porque trabalharam muito duro. 

Liderança feminina da GH Branding
Cristine Schwingel, Natani Paz e Marciane Reiter

A GH entende que ter mulheres nas equipes pode ser uma vantagem competitiva para as organizações e que estabelecer processos igualitários nas empresas não é um favor que se faz às mulheres.

Segundo a McKinsey, empresas que possuem um maior número de mulheres na liderança podem melhorar em 48% seu resultado operacional, além de um crescimento significativo em relação ao ganho financeiro. Isso acontece, principalmente, pelo reconhecimento de que a diversidade dentro do ambiente de trabalho pode ser um motor para conflitos saudáveis.

Para nossas gerentes, o crescimento feminino no mercado de trabalho passa diretamente pelo interesse das empresas em dar lugar e voz às mulheres. Para Cris, “é preciso criar projetos e programas específicos para mulheres em relação a suas carreiras e autoestima no sentido de encorajá-las a demonstrar suas capacidades e resultados” explica.

Cristine, gerente de contas e atendimento da GH.

Insistir na mudança de pensamento dentro dos grupos, corrigindo erros e ressaltando a importância da diversidade dentro das equipes também é essencial. Segundo Natani, “o mecanismo mais importante é investir na mudança cultural da organização. Antes de tudo é preciso mudar a mente das pessoas que compõem aquela empresa e transformar o ambiente. Temos ainda o básico como programas de carreira específicos para mulheres e compromisso com equiparação salarial” avalia.

Também é necessário entender que sem oportunidade, não há como se desenvolver. De acordo com a Marci, a primeira mulher a fazer parte do time da GH, dar chance às mulheres é a ferramenta primordial para que elas possam se desenvolver como líderes. “É preciso começar pelas bases. Muitas vagas ainda são negadas para mulheres, que nem conseguem entrar nas empresas para mostrar o seu potencial. São talentos desperdiçados por falta de oportunidade. Depois, desenvolva líderes. Ninguém nasce um líder pronto, é preciso estudar muito para chegar nessa posição” explica. 

Marciane, primeira mulher a fazer parte do time da GH.

E acreditar na liderança feminina dentro das organizações traz muitos benefícios. A igualdade se torna rentável para as empresas. Como já disse este artigo do The Economist, “o sexismo não é só errado, ele também é caro”.

O texto explica o machismo na América Latina pela perspectiva dos negócios e garante que o continente poderia ter um crescimento de 16% no seu PIB se a igualdade de gênero fosse melhor estabelecida nas organizações.

Liderança e maternidade 

É comum, em uma entrevista de emprego, que o empregador pergunte com quem um homem irá deixar seus filhos caso seja admitido? Muito pouco provável que isso aconteça.

No entanto, esse tabu ainda permeia a contratação ou promoção de mulheres no mercado. Uma pesquisa da Universidade Stanford, nos EUA, mostra que as chances de uma mulher sem filhos ser contratada é 80% maior do que a de uma mulher com o mesmo currículo e com filhos.

A Cris, mãe do Gustavo, e a Marci, mãe da Júlia, entendem que ter um filho transforma a atuação delas como profissionais, mas que isso não pode ser visto como um ponto negativo. “Como mãe, acredito que a liderança tem um propósito com significado muito parecido quando se trata de ser a referência, a inspiração, um espelho para outra pessoa. Meu filho sempre compreendeu e admirou todo o esforço que enxerga na minha dedicação a minha vida profissional”, explica Cristine. 

É preciso desmistificar a ideia de que a pessoa responsável pelo filho é apenas a mãe. Para Marciane, a maternidade faz com que muitas mulheres sejam atreladas somente ao papel que exercem dentro de casa. “Infelizmente as mulheres ainda têm suas imagens associadas às tarefas domésticas e à maternidade, o que para alguns gestores caracteriza a ausência ao trabalho e a menos dedicação” comenta.  

Uma pesquisa da FGV mostra como as mulheres tendem a perder seus empregos após a licença maternidade e como a criação de políticas públicas é decisiva para a retenção das mulheres no mercado de trabalho e, consequentemente, para o desenvolvimento da economia. 

Who runs the world? Girls!

Quando eu vejo uma mulher tendo voz e ocupando um cargo de poder, me permito sonhar grande, é assim que funciona pra gente. A mulher ainda se sente culpada por ser ambiciosa e isso precisa ser desconstruído através de referências” é o que pensa Natani, nossa gerente de conteúdo, sobre as referências femininas no mercado. 

Milhões de jovens garotas esperam se tornar mulheres tão inspiradoras quanto Beyoncé, Angela Merkel ou Michelle Obama. Ter uma parcela importante da população sendo representada dentro das empresas é o que nutre a autoestima profissional dessas jovens e faz com que elas entendam que seu papel é, de fato, importante para o mercado. 

Por anos, homens foram tratados como desbravadores, enquanto mulheres carregavam o estigma de serem frágeis. Homens iam à luta, enquanto restava às mulheres ficarem em casa e esperar pelo próximo comando. Mas essa não é mais a realidade, e isso nunca mais irá voltar. 

Mesmo que a concorrência histórica com homens seja injusta na maioria das vezes, as mulheres provam a cada dia que o lugar delas é onde elas quiserem, inclusive no topo das grandes corporações. É por isso que a gente só tem uma certeza sobre esse assunto: quando se trata do seu lugar, as mulheres não irão dar nenhum passo para trás.

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